terça-feira, 15 de novembro de 2011

Santeiras

Santeiras por

tradição

“Queria ser mais valorizada”

                 Santeira Francisca Lopes”

A tradição, deixada pelos pais da artesã, foi repassada para a filha Silvana. Juntas, elas dão continuidade a um artesanato delicado e de muito valor em Juazeiro do Norte, cidade onde a religiosidade predomina, com a figura mítica do Padre Cícero. Francisca aprendeu com seus pais, os santeiros Manoel e Maria Lopes. Ela começou a esculpir aos 14 anos. Desde então, faz santos e outras esculturas em madeira. Por meio dessa arte popular, conseguiu manter a família. “Trabalhava dia e noite com o candeeiro”. Ao longo desses anos, obteve muitas graças, “Deposito a maior fé no meu Padim

“Sou muita crítica em relação ao meu trabalho. “Quando concluo uma peça, acho que a próxima pode ser melhor”

Novas Santeiras   Me sinto muito bem esculpindo. “Apenas paro no sábado e domingo”. Lá, tudo é simples, porém bem organizado. É na porta da cozinha, quase no quintal, que a artesã passa horas. Uma mesa de madeira com gaveta serve de apoio e guarda as rústicas ferramentas. A rotina e esculpir, principalmente os Divinos, sua especialidade

Novas Santeiras

Esculpida em madeira, a Santa Ceia se destaca no trabalho de Silvana Santos. O resultado é perfeito, se for levada em conta a riqueza dos detalhes que a artista consegue reunir a partir de uma obra milenar. Quando começou, aos nove anos, a primeira peça de Silvana foi uma miniatura do Padre Cícero. “Era tão barato, era o preço de um pão. Recebia muitas encomendas. Hoje não vale a pena. Concorro com as imagens de gesso”. Afora isso, tenho muita devoção pelo “santo” de Juazeiro: “Adoro o homem que ele foi. Se não fosse ele, essa cidade não existia”.

Com o passar dos anos, a jovem começou a reproduzir, em miniatura, tudo o que a mãe, Francisca Lopes, criava. Casa de farinha, banda cabaçal, presépio, entre outras figuras da cultura regional. A iniciativa acabava lhe garantindo uma renda justa. A atividade é pesada, a começar pela compra dos troncos. O ato de serrar, esculpir, lixar e pintar também leva algum tempo. “Nada disso é considerado na hora da venda.

Novas Santeiras 3

Os rostos esculpidos por Francisca são rústicos, enquanto os de Silvana ganham traços mais delicados. Acima, trabalho de Silvana.

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Conhecida como“ Francisca dos Divinos”, a artesã cria as peças por etapas: “É mais produtivo. Primeiro, corto várias. Depois, esculpo e, por último, vem a pintura”

DN/Eva/Germana Cabral e Cristina Pioner/Fotos: Marília Camelo e Patrícia Araujo.                                                                      Contatos para informações arteemter@gmail.com

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