sábado, 2 de abril de 2011

Maria Cândido Monteiro

Maria cheia

de arte

Maria Cândido Monteiro, foi uma das artesãs mais engajadas na arte com o barro. Aos nove anos, além de brincar com as panelinhas, já ensaiava as primeiras peças. As obras de MCM, assinatura artística de Maria Cândido, ora surgiam como imagens de santos, ora como candomblé. Figuras negras são recorrentes, tanto que elegeu Nossa Senhora Aparecida e São Benedito como os santos preferidos. A vida de Maria Cândido foi de sincretismo. Criada na religião católica, diz ter sido muito beata, Sua dedicação foi exclusiva ao barro e, MCM  não se considerava uma artista. Só admitirá ser chamada assim quando conseguisse contar a própria história, por meio dos temas. Antes disso, no entanto, acumulava prêmios, a exemplo da Categoria Folclore, em 2004, e Crença no Nordeste, em 2006, concedidos pelo Governo do Paraná. Também ganhou o troféu de Mulher Empreendedora, em 2006, e o Prêmio Mulher de Negócios, em 2007 e 2008, todos pelo Sebrae-CE. Seus trabalhos já ilustraram livros, calendários, agendas e um CD de violonistas cearenses.

image  “Eu me inspiro nessas artes, rabisco aquilo que entendo e depois faço os meus temas” MCM

Maria Cândido Monteiro nasceu em Juazeiro do Norte, CE. Por trabalhar o barro em conjunto com a mãe, Maria de Lourdes Cândido e a irmã, Maria do Socorro, ficaram conhecidas como "as três marias". Seus trabalhos apresentam bastante semelhanças entre si, embora cada artista mantenha sua produção própria. Maria Cândido preocupa-va-se em produzir peças bem acabadas. Inspirava-se em fotos de revistas, jornais ou em outros materiais visuais com os quais teve contato, misturando-os sempre à sua imaginação. Não raro, começava a modelar o barro, sem qualquer intencionalidade e, ao final, surpreendia-se com os resultados obtidos. Além das placas decorativas, que chama de "temas", fez reisados, quadrilhas e lapinhas.

image  Obra esculpida com barro do acervo de Maria Cândido Monteiro, Artesã cearense que faleceu em agosto 2010

DN/Eva/ Textos: Germana Cabral e Cristina Pioner/Fotos: Marília Camelo e Patrícia Araújo                                    arteemter@gmail.com