Edineusa Bezerril
terça-feira, 27 de julho de 2010
Edineusa Bezerril
Edineusa Bezerril
sábado, 24 de julho de 2010
Maria do Socorro Santos
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Manoel da Marinheira
terça-feira, 13 de julho de 2010
Ouro da Colômbia
Exposição Ouros de Eldorado: Arte Pré-Hispânica da Colômbia
Gente Dourada Gente Dourada lembra a origem do termo El Dorado, atribuído primeiramente pelos conquistadores espanhóis ao personagem central de um ritual em que o chefe indígena, coberto por ouro em pó, lançava objetos preciosos ao fundo de uma lagoa, como oferenda às divindades.
A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta a exposição Ouros de Eldorado: Arte Pré-Hispânica da Colômbia são 250 artefatos de ouro e 40 objetos arqueológicos de cerâmica e outros materiais que evidenciam a diversidade e as técnicas metalúrgicas criadas pelos antigos habitantes indígenas da região que hoje corresponde à Colômbia. Todas as obras integram o acervo do Museo del Oro del Banco de la Republica – Colômbia, a mais importante coleção do gênero no mundo.
Segundo Marcia Acuri, assessora cientifica da mostra, o ineditismo da exposição se dá por ela referenciar a diversidade étnica e cultural dos povos que ocuparam a antiga região da Colômbia e a importante relação estabelecida entre eles e tantos outros grupos indígenas das terras baixas da América do Sul, sobretudo as interações entre povos que ocuparam preteritamente a Amazônia Ocidental.
O Museo del Oro tem cerca de 52 mil objetos pré-colombianos, pelo menos 33,8 mil de ourivesaria, 13 mil de cerâmica e 5,2 mil de madeira, pedra ou tecido que datam de até quase 2,5 mil anos. Inaugurado em 1939, o primeiro artefato da coleção foi um recipiente em ouro utilizado para guardar cal e também em rituais nos quais a cal era misturada à folha de coca para mascar.
Animais Fantásticos A variada fauna da Colômbia, país de grande diversidade de climas e ambientes naturais, oferecia ao ourives pré-hispânico uma fonte inesgotável de inspiração. Serpentes, rãs, morcegos, aves, veados, jaguares, lagartos, caracóis de incontáveis espécies, formam parte dafauna dourada.
Na Colômbia, a arte de trabalhar os metais esteve favorecida pela riqueza aurífera de seus rios e cordilheiras. Ouro, cobre e prata foram os metais usados na época pré-hispânica
Martelamento Os ourives materializaram sua destreza e seu conhecimento sobre as características físicas e químicas dos metais na grande diversidade de técnicas de manufatura usadas. Uma delas foi o martelamento. Para obter lâminas os ourives golpeavam tijolos sobre lajas ou bigornas de pedra.
Fundição por cera perdida Utilizando moldes feitos de cera, os ourives criaram uma grande variedade de objetos: representações realistas ou abstratas, finos tecidos metálicos ou pesados adornos, objetos com volume, simples ou cheios de detalhes. O homem animal São freqüentes, na ourivesaria pré-hispânica, as figuras que combinam traços humanos com traços de animais. Há homens-jaguar, homens com cauda de macaco, homens-peixe, e sobretudo, homens-ave, nos quais as pernas humanas se convertem em cauda, e os braços em asas.
Dourado por oxidação A cor foi uma das propriedades mais apreciadas entre as sociedades antigas e exerceu um papel primordial no desenvolvimento de suas tecnologias. Para controlar as cores, os ourives usaram diversas ligas e sofisticados processos de acabamento que aportavam novas tonalidades e contrates nas superfícies. A tumbaga, uma junção de ouro com cobre, foi a liga mais usada entre os ourives préhispânicos
Divulgação /Pinacoteca do Estado de São Paulo / Carla Regina arteemter@gmail.com
segunda-feira, 12 de julho de 2010
O BARRO E A RENDA
Caroline Harari é paulista, formada em História pela Universidade de São Paulo e especializada em arqueologia e restauração patrimonial. Começou a fazer cerâmica no ateliê de Laís Granato, onde se profissionalizou. Ao iniciar o convívio com a técnica, Caroline viu-se impressionada com a fugacidade não apenas da cerâmica, mas de tudo o que a sociedade atual produz. Por isso, de início, o que a movia era a busca da forma perene, da estrutura de peças que ficassem e passassem de uma geração para outra, que servissem de testemunho de um trabalho com uma certa permanência no tempo. Foi dessa forma que partiu para a utilização. de argilas mais refinadas, e na dedicaçao mais comprometida possivel, na busca de resultados de qualidade.
É ai que esta a diferença do seu trabalho, na espessura, no adelgar máximo de uma peça. Na argila ela produz e imprime o trabalho das rendeiras. A artista trabalha com potes, moringas e gamelas, aplicando uma técnica própria em que imprime a textura de rendas e bordados na argila, criando efeitos espetaculares.
Pote Una – Impressão sobre argila, relevo em labirinto. Cabaça relevo em renda irlandesa
Moringa - Impressão sobre argila, relevo em renda de bilro
Cântaros, bilhas, moringas, potes, pratos, cumbucas. Utensílios imemoriais, associados ao trabalho da sobrevivência cotidiana, o beber, o comer, o cozinhar. Ciosa de seu ofício, desde o início ela procurou inventariar e compreender seus materiais, suas técnicas, suas formas, apenas para descobrir, no Brasil, tradições que se repetem, dos diferentes povos africanos às civilizações pré-colombianas da América que estão em nossas raízes.
Este foi o começo. E logo descobriria também que, entre aqueles povos, tal como entre os artesãos populares que herdaram suas tradições, a precariedade das condições de vida aos poucos faria reduzir o conhecimento dos materiais e das técnicas, resultando em quebras de queima e perda de qualidade no acabamento das peças.
Fotos Anibal Gondim
Eis porque Caroline Harari se dedicou a pesquisar exaustivamente a produção cerâmica, da qualidade do barro aos processos de queima, para alcançar enfim a inacreditável leveza de suas peças feitas em fornos de alta temperatura, da mais moderna e sofisticada tecnologia.
Foi nessas peças que, aos poucos, ela passou a introduzir também outro elemento de raiz em nossa cultura, as rendas e os bordados. Daí resultaram essas criações originalíssimas, onde às vezes o próprio barro se converte em renda ou o bordado nele recria delicadas incisões e relevos de um barrado que ali fosse gravado de modo aleatório.
Acesse:Miscelânea. Artesanatos no original ao modo das feiras http://arteemterblog.blogspot.com/2010/01/artesanato-do-ceara.html
“Um dia peguei uma das rendas e imprimi na argila. Deu certo e encontrei meu caminho”.
Caroline Harari
A Casa / Zona D / Fotos Anibal Gondim